Não é fácil definir de forma concreta e objetiva o conceito de Transformação Digital. Muito foi escrito sobre o tema, a maioria contribui para uma ofuscação que tentaremos aclarar.

Embora o conceito possa ser aplicado de uma forma abrangente a todos os temas da sociedade, o nosso objetivo é concentramo-nos na vertente das organizações.

É um processo que começa no topo

É sedutor reduzir o âmbito a pequenas melhorias envolvendo tecnologia e colocar-lhe a etiqueta de Transformação Digital. Mas, podem perguntar, não é precisamente a aplicação de tecnologia a processos já existentes uma forma de Transformação Digital? Sim, mas o conceito deve ser mais abrangente e ser encarado como um processo. Um processo cuja responsabilidade é da gestão. Não estamos a falar de um destruidor de papel que fica esquecido debaixo de uma qualquer secretária. O foco são os processos de negócio e o impacto, negativo, de os mantermos inalterados.

Começar por identificar quais são as dores com maior impacto no negócio. Começar pelo foco na melhoria contínua e no cliente. Um diagnóstico, conduzido interna ou externamente, fornece os dados necessários para construir um roadmap de atuação com prioridades bem definidas. Os alvos mais fáceis são os processos muito dependentes de mão-de-obra; que envolvem meios mais físicos, como o papel; que demoram mais tempo a devolver informação útil.

É um processo iterativo com objetivo claro e definido

Munidos do roadmap começa o processo de implementação, medição e adaptação e terminar voltando ao início, a implementação. O que encontramos durante o processo é mais importante do que o plano que traçamos no início – muitas vezes baseado em pressupostos ainda sem base formal. Uma definição, a cada passo, do que é sucesso em conjunto com uma abordagem de quick-wins permite uma reação rápida a desvios, naturais e inevitáveis. Ironicamente, a definição de sucesso é, aliás, uma das principais razões para o insucesso. Aplica-se cegamente uma nova tecnologia – hardware, software,… – sem ter claro o que queremos atingir. A consequência? O write-off do investimento feito e o regresso à casa partida.

Maximizar os recursos existentes

De uma forma racional, não podemos esquecer de como o que estamos a fazer tem impacto no resto da organização e como os recursos que já existem podem ajudar ou complementar neste processo de transformação digital. É usual adquirir-se novos sistemas ou plataformas que não interagem com os existentes e que contribuem para os já conhecidos silos dentro das organizações. Insistimos, a visão para a Transformação Digital deve ser transversal à organização.

Finalmente, uma definição

Já definimos Transformação Digital? A que mais gostamos é:

Assim, colocamos a tecnologia no fim, trazendo para a frente dos holofotes o conceito de valor e de negócio. A tecnologia é “só” o conjunto de ferramentas usadas para atingir o objetivo.

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